Jó
Mais uma vez é uma honra da minha parte estabelecer este novo desafio junto ao excelente poeta Gustavo Valério Ferreira, indubitavelmente isto aperfeiçoará nossas escritas, embora este seja um exemplo prático do que não deve acontecer, pois o ideal é justamente o oposto, qual seja, trabalhar com a maior quantidade de vogais. De todos os modos, brincar com este lipograma valeu a dor de cabeça, trago aqui, portanto, meus singelos versos, de alguém que pouco ou nada sabe, de um estudante da versificação que só tem a aprender.
I. DO DESAFIO:
*A.* Defeso o uso das vogais U e I graficamente, salvo se expressadas foneticamente pelas vogais O e E, respectivamente.
*B.* Defeso o uso das consoantes P e B.
*C.* Mínimo dois quartetos com versos ternários de 6 sílabas.
*D. * Rimas soantes.
II. DO POEMA:
Ao olhar do desejo,
Exaltando o dever...
Falseado o cotejo,
Canta, ó Jó, o ascender!
Tece a morte calado,
Enganar e sorver
Toda a força do amado...
Sente, ó Jó, o ascender!
Ressoando os tormentos,
Maltratar, ofender,
São lorotas aos ventos,
Clama, ó Jó, o ascender!
Amarrado ao encosto,
Atentar e tolher
Toda a fé com desgosto,
Tenta, ó Jó, o ascender!
Co'o cercar da doença,
Tateando o sofrer,
Atentando a descrença...
Sê, ó Jó, o ascender!