Ambigüidade

Não sei se devo te imaginar

Tão branca, tão clara como as nuvens dos meus sonhos.

Não sei se devo perpassar

Ou teimar em caminhar por caminhos obscuros.

Em seu corpo sei

Que quase tudo é alvo, e o que não é

São armadilhas que me atraem

E que me chamam ao pecado.

São pontos que sinto vontade de sorve-los

N’uma perfeita e lenta dedicação

De quem não só busca o gozo, mas

A cumplicidade do dúbio prazer.

Vicente Freire – 12/05/2006.