Cinzel
Cinzel
As formas que seus ataques criam
Sob a óptica descomprometida
Perplexos pela voracidade deferida
Uma nova realidade recriam
Aos brados – “Seu louco descontrolado”
Mas ainda firme lapidando
Algo novo vai se criando
Ao chão o resto estilhaçado
Aqueles, outrora acusadores
Jazem pasmos ante a beleza
Envergonham-se ante a crueza
Que os fizera escarnecedores
Os ataques do cinzel cessaram
Emergiu entre brados e apontamentos
Um belíssimo sentimento
Dentre aqueles que debocharam
E o louco explana sua versão
Os olhos veem cinzeladas
Agressão à pedra desarmada
São aqueles podres de coração
Apreciem – venham cá
Nossa perspectiva é tão vaga
Que criamos para nós a praga
Que para nós retornará
Mas para vocês tenho a solução
Deem-se algumas cinzeladas
Aquela forma tão mascarada
Brilhará ao findar vossa lapidação
E a mais bela escultura surgirá
Olhos torpes não mais existentes
Virão mais plenos e contentes
Uma nova versão de vós renascerá
Eduardo Benetti