Noturno de Maio
Tudo dorme.
Silêncio.
A noite e os pássaros.
As lágrimas que não se ouve
como chuva em surdina.
Os bálsamos não tem rosto,
não tem nome.
É o universo numa grande mandala
em torno de uma luz que se faça
o quanto antes, o mais breve possível
para que as grutas não se fechem para sempre,
para que o olhar não se feche para sempre,
para que o coração anuncie a vida
como um sino repicando ao alvorecer.
No silêncio da noite,
a Estrela Guia desvela a alma da Terra
numa caminhada gigantesca
em busca da manjedoura
que aconchegara todos os rostos do mundo
enfim, sem máscaras.