NAS ASAS DA ESPERANÇA
Vou voando errante
nas asas da esperança...
atravesso nuvens negras
carregadas de chuva.
Outras porém
tão bonitinhas e fofas
como algodão em rama.
Apetece-me rebolar nelas
mas tenho medo de caír
em queda livre.
Não importa por onde
nem para onde vou.
Neste tempo de incerteza
todos os lugares são iguais.
Mortos e mais mortos
para onde quer que eu me volte.
Não posso beijar o chão
Não posso beijar as flores...
A morte trouxe um amigo...
Eu quero acreditar
que a estadia não será longa.
São “persona non grata”
só causam dano.
Se insistirem na permanência
não haverá rasto humano.
Eu quero acreditar
Que a estadia não será longa!
Vou voando errante
nas asas da esperança...
Talvez aporte numa praia segura...
Uma praia ensolarada!
Onde as areias
não estão contaminadas
ou no topo duma montanha
onde sopra aragem fresca e pura!
Vou voando errante
nas asas da esperança...
©Maria Dulce Leitao Reis
16/04/2020