Se for preciso

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Se for preciso

É preciso tolerar.

É preciso desarmar o coração.

É preciso desmotivar a ação

beligerante de mãos que matam.

Não é preciso odiar.

Não é preciso tanto rancor.

Não é preciso viver sem o ardor

recalcitrante de olhos céticos.

É preciso dizer sim.

É preciso dizer não.

É preciso ser comedido

quando a vida parece um talvez.

Não é preciso fingir.

Não é preciso ser tolo.

Não é preciso ser o consolo

ultrajante do confesso pecador.

É preciso.

Não é preciso.

E se preciso

ou não preciso,

não se aflija:

o tempo tudo dirá.

Fortaleza, 11 de fevereiro de 2007.

22h33min (no ônibus, viajando para o Crato)