Como uma tempestade

Deram-se mãos invisíveis,

distanciados ou próximos

precisavam chorar

pelos que não podiam mais...

E choraram.

Mesmo os homens mais rígidos

abraçaram-se em suas crianças

chorando copiosamente.

E suas lágrimas, como a mais pura chuva,

lavaram seus espíritos

suas casas

suas relações

as cidades, praias e campos.

Quando o coro de choro

chegou ao fim,

o silêncio:

As respostas surgiram, e se viram

sobreviventes

- das enchentes de amor

(nem sempre explicáveis

mas sempre eficazes)...

Viram a vida com outros olhos:

Estavam ricos!

Eram ricos, pois tinham tempo...

E respiraram profundamente.

Era como se, por eles

o sol raiasse novamente.