Terra apagada
Não te conheço mais,
Oculta em máscaras,
Ausências e desencontros
Nos horrores mortais
Da tristeza velada.
És uma réstia apagada,
Naquilo em que teimaste
E não quiseste, alucinada...
Já não suportas mais a tua dor,
Presa a ti sem a luz e o amor.
Queres libertar-te das tuas amarras
Para seres livre como um pássaro.
Poderes vagar pela imensidão do nada
E gritares o canto de uma terra consternada.
Sigo o teu pranto e conheço-te das madrugadas.
Sei que guardas no peito a prisão e a liberdade.
Sacudo-te entre as minhas mãos sem te magoar.
Sou da tua imensidão o mais fiel e dedicado guardião.
Lanço-me no teu perdão como nas profundezas do mar.
Aguardo-te sereno e renovado para passearmos de mão dada.
Não suporto mais a tua longa e permanente ausência.
Vem aliviar-me das máscaras, do álcool e das lacunas da guerra.
Permite, ao menos, que construa contigo uma nova Terra...