Sempre a Crise mais Uma
SEMPRE A CRISE MAIS UMA
A crise maldita,essa chegou,
Crise que empobrece e desgasta!
Mas ao povo nada se explicou,
Não foi o povo que a encomendou,
Mas a tributação a todos arrasta!
Mas..se os bancos se gabavam,
De tantos milhões terem colhido!
Mas de repente nada acertavam,
E o crédito a todos cortavam,
E o cidadão é sempre espremido!
Maldita seja esta grande crise,
Mas com tantos entendidos!
Sabedores ninguém os minimize,
São doutores; ninguém os inferiorize,
Com planos ótimos bem-parecidos!
Ouve-se na rádio e na televisão,
Que todos são cheios de sabedoria!
Mas as tentativas são em vão,
Com os resultados que nos dão,
E a crise agravando-se dia a dia!
Ora digam-nos onde pára o dinheiro!
Pois tudo vai para a falência!
Faliu o senhor engenheiro,
Não produz mais o fazendeiro,
E o pobre vai perdendo a paciência!
Pede-se dinheiro emprestado,
Para comprar o apartamento!
Não podia pagar o arrendado,
O carro era velho; estava arrumado,
Sem dinheiro vive num tormento!
Férias à grande no estrangeiro,
Pedia-se mais dinheiro emprestado
Ia-se asim fazendo um mealheiro,
Ia-se juntando o ano inteiro,
Foi pensamento mesmo desastrado!
J. Rodrigues (Galeano