Entre sextas e segundas

Nunca desprezei segundas-feiras

Como muitos consumam fazer

As tratando como barreiras

Que os impedem de viver.

Tenho apreço pelas sextas:

Um carinho pessoal.

Pra mim, boas memórias

Pra outros, eterno carnaval.

As sextas são idolatradas

Até pelos grandes poetas

As segundas, discriminadas

São promessas pra dietas.

Mas se a sexta marca um fim

De um ciclo curto de trabalho

A segunda é o recomeço

Não tem desculpa, e nem atalho.

Eu gosto mesmo das segundas

Mas elas também me causam medo

É que inspira novidade

A semana nascente em segredo.

A partir da tal segunda

Tudo pode ocorrer

E a depender do que aconteça

Nem mesmo a sexta vai resolver

Até ela, sexta querida

A mais bela da semana

É refém da preterida

A segunda, desumana

Não, eu não me contradigo

Ao atacar a segunda feira

E peço perdão ao domingo

Por subestima-lo dessa maneira.

É que segundas tem segredos

Que as sextas desconhecem

Ansiosa, tenho receios

E medos que me merecem.

Mas de repente tudo mudou

E os dias perderam sua fama

Não tem sexta nem segunda

Mas em todos, um pijama.

Que troquei por moleton

Pra combinar com a atmosfera

E aquecida começo a semana

Sem saber o que me espera.

Já que meus pés estão quentes

Só me falta aquecer o coração

E esperar que a segunda

Proteja minha frágil emoção

Pois muitas sextas estão por vir

E eu preciso estar inteira

Pois se a sexta encerra a luta

A segunda renasce guerreira.