CINEMA
Nas grandes telas brancas são refletidas as nossas histórias, as nossas memórias. Nela vemos refletidas nossos sonhos, nossas aflições e todos os nossos temores, que parecem tão reais e, ao mesmo tempo, surreal. E aquela projeção – seja em cores, seja em preto e branco – nos deixa mais próximos da realidade. As grandes telas brancas conversam de forma muito íntima e verdadeira com a gente, fazendo com que a gente até sinta o cheiro do que ali está. E não só o cheiro! O gosto também é sentido. Todos os nossos sentidos ficam mais apurados, sendo difícil a distinção entre fantasia e realidade. E é tão interessante como as telas brancas conversam com a gente! Elas literalmente “jogam na nossa cara” as denúncias, renúncias. A raiva, o ódio, o carinho. O amor, a tristeza, a alegria. A dor, o sofrimento, o desespero. O desprezo, a vaidade, a verdade. O bom, o ruim. O bem e o mal. O fraco e o forte. A sorte e o azar. A causa e o efeito. As escolhas e as consequências delas. O belo e o feio. O humano e sua desumanidade. Nas grandes telas se vê o refúgio que nos é dado de presente para que possamos suportar a vida que nos cerca. Nas grandes telas nos é dada a oportunidade de mudanças para o bem comum e para o meio ambiente. Nas grandes telas nos vemos gente e bicho. Elas têm o poder de abrir nossos olhos para que enxerguemos, por mais que muitos resistam a isto. Porque, infelizmente, há quem renuncie – e até repudie! – as grandes telas brancas. As grandes telas nos fazem lembrar dos nossos defeitos e das nossas limitações. Como também do nosso potencial e qualidades. Nas grandes telas sentimos as injustiças à nossa volta. Presenciamos a pobreza e o caos. Assim como as lutas sociais e a esperança. E estas telas tocam nossos corações com mensagens de conforto, de amor, de respeito. De sabedoria, de empatia, de afeto. De otimismo, de compreensão, de paz. É incrível como as grandes telas brancas sabem conversar com todos nós! E como nos pega de surpresa e nos “desarma”, lembrando a nós seres humanos que não é apenas uma questão de perspectiva. É uma mensagem direta de que a vida está aí para ser cheia e não vazia. A vida é muito curta para não ser bem vivida! Viver não é fácil, porém se cada um fizer a sua parte plantará boas sementes para as próximas gerações colherem bons frutos. E assim contribuir para projeções majestosas nas grandes telas brancas dos cinemas.
Éryka Patrícia Ramos Pereira (Caruaru/PE)