cruzei vales e montanhas para as planícies do silêncio
desperdiçamos o anoitecer
com silhuetas opacas
bebendo das fontes
que foram destruídas
pelas guerras
santas.
nossos semblantes estão sérios,
mesmo em risadas
tão desesperadas
como animais que foram abandonados
ou crianças
perdendo seus sentimentos.
vejo as ruas, os prédios
e seu contraste
quando as chamas sobem
e a favela desce
para tomar o que tem direito.
a incessante fuga
de nós mesmos
teve que ser pausada,
mas luta para acordar
no dia seguinte
continuar.
e continuar.