Pacienciando
Olho o dia, lá fora...
Está lindo!
Olho-o com avidez!
Com desejo de vivê-lo
e como se para isto,
impossível fosse ficar aqui,
nos limites da casa...
Imperioso é sair
portão afora,
às ruas! Ao mar! Aos encontros!
E pousar nos horizontes!
A euforia do momento,
leva-me, sim... mas para dentro
de minhas memórias...
Ah! E eu “viro” a menina,
esperando o Natal,
que fui um dia...
Marcando o tempo,
contendo a ansiedade,
construindo paciência
e esperança
(o pai teria dinheiro para comprar?)
pelo ano inteirinho,
de fio a pavio...
Até, finalmente, ter em meus braços,
na noite do Natal,
a boneca quase do meu tamanho!
Ah! Que sonho foi aquele!!!
Um sonho realizado!
Tão bom, agora, reencontrar
com aquela espera
árdua, trabalhosa...
Com aquela esperança apaixonada!
Que, hoje, acorda e incendeia
isto que se faz necessário
ao momento:
resistência, paciência;
sonhos esperançados
de saúde
para viver cotidianos fraternalmente compartilhados,
amanhã!