A ÚLTIMA FALECIDA
Estamos condenados a enxergar fantasmas
e sabotar nossa frágil consciência
esquecemos as fronteiras que nos divisam do medo
em verdade, somos bichos a caminhar no escuro.
Na casca das palavras vomitamos sonhos
queremos armas, mas o pior inimigo
está debaixo de nossa pele.
E é no jejum mais remoto
que devoramos nossa ignorância
mas a esperança é o pulmão do tempo
já não há mais aquele verde, é certo
este apodreceu junto com teus cadáveres.
Há só uma luta impossível de renunciar
uma história que já não anima
e nossos braços cansados de mitos.