SONETO DENTRO DE CASA
Por não ser cristão, não temo o castigo
Pelo vil pecado da insulação.
Fico então na minha, na segregação,
No amargo exílio retraído sigo.
Antes minha rede que o meu jazigo,
Melhor é viver essa separação.
Me querem liberto, mas eu digo: não!
Não irei à guerra sem ver o inimigo!
O planeta todo está ameaçado.
Eu no vasto mundo sou um “zé ninguém”,
Em meio à boiada um desclassificado.
Mas se eu não morrer mantenho a corrente
E todos os arcanjos bradam seu amém
Pois os sinos dobram por qualquer ausente.