DIA DOS NAVEGANTES

Nesses dias os naufrágios
têm sido corriqueiros.
Ontem mesmo alguns amigos
morreram
de tédio e silêncio.

As cordas dos violões
hoje enforcam crianças
e a tal esperança
bateu asas e voou.

Mas o mar que nos afoga
pode ser o nosso chão.
Basta abrirmos as velas
de nossa nau silente.
E vencermos o medo
do que há além.

Não tenho medo do mundo:
ele é só um menino calado.