Lá no fundo do quintal.

Há momentos

Que valem uma vida

Como andar na chuva

Olhar pra cima e perceber

Um raio de Sol que a invadiu

Chove dentro de você

É preciso uma miragem

Uma fagulha frágil

Um sonho em forma de mensagem

Num milagre, a lucidez

Era preciso uma visão

Que talvez não te venha jamais

Não dessa forma sucinta

Veja, chove no papel

E o presente é uma tinta que o borra mais

É querer ouvir a própria mente

Enquanto a mente, propriamente, não se cala

Há momentos

Que podem valer uma vida

Um pensamento que te aguarda há muito

Paciente, lá no fundo do quintal

Até que a mente se aquiete

E pense até ser ouvida

Por enquanto é tudo que lhe resta

No entanto

Esse momento vale uma vida.

Edson Ricardo Paiva.