A volta do canoeiro!
Meia noite e meia, luz sem sol
Frisante frio na madrugada
Vento no combro farol
Pouca sorte enluarada!
Quase perdida, a vida que partiu
Sob um breu e um temporal
Na curva que salga o rio
Desdita de choro em vendaval!
Clamando aos céus, Deus e Jesus
Lágrimas de fé e mais nada
Milagre rogado ao pé da cruz
Num mar sem luz, de terra arrasada!
Sem findar noite, sem cessar dor
Sem alarmes, sem socorro
Na premente perda do amor
Antes que morras, eu morro!
...às gotas, insiste teimar a esperança
Enfim, ergue-se um mastro de “NAU”
De repente, ...súbito vem bonança
...é vida que segue, no gigante em sal!