Sebastião
Em cavalos de pau montam os sonhos
e no meu esperava Sebastião.
Se viria ninguém sabia nem eu.
Por isso passaram todos os nevoeiros
e dele nada, nem fumo, nem luzeiro.
Um Rei nem sempre vem primeiro
e os que vejo embrulhados de tempo,
magoados de tanta luta, abrem a voz do cortejo,
anunciam o Rei que não vejo.
Em cavalos de pau montam meninos,
monta quem quer brincar,
quem quer fingir que há nevoeiro
que não se vê mais do que o primeiro
e o tal não vem de Alcácer Quibir.
Em cavalos de pau montam os sonhos!