Sebastião

Em cavalos de pau montam os sonhos

e no meu esperava Sebastião.

Se viria ninguém sabia nem eu.

Por isso passaram todos os nevoeiros

e dele nada, nem fumo, nem luzeiro.

Um Rei nem sempre vem primeiro

e os que vejo embrulhados de tempo,

magoados de tanta luta, abrem a voz do cortejo,

anunciam o Rei que não vejo.

Em cavalos de pau montam meninos,

monta quem quer brincar,

quem quer fingir que há nevoeiro

que não se vê mais do que o primeiro

e o tal não vem de Alcácer Quibir.

Em cavalos de pau montam os sonhos!

Edgardo Xavier
Enviado por Edgardo Xavier em 28/01/2020
Reeditado em 29/01/2020
Código do texto: T6852631
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