DUAS VELAS

Parecia uma noite de calmaria triste

E, antes que o cansaço me fizesse inerte.

Meu barco,

Sob o comando de uma vela trêmula,

Singrou outros mares.

Ainda cedo,

Aportei no porto dos sonhos.

Imaginei mil coisas,

Guiado por outra vela.

Uma vela cheia de luz flamejante,

Invadiu os meus espaços,

Despertou minha emoção

E, mais cedo ainda,

Convenci-me de que,

A minha fé,

Fundia-se nessa luz,

Que me abriu portas.

Contemplativo,

E, regado pela esperança,

Busquei o aconchego de meu quarto.

Enlevado,

Adormeci guardado por dois esteios:

Uma vela a definir o norte de minha viagem.

Uma outra a iluminar os meus caminhos.

Rui Azevedo – 06.10.2007

Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 07/10/2007
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