Esperança de Luzes
A incômoda intimidade,
e a queda já não sabe
se é real ou virtual.
Dentro de si,
a caverna obscura
do cérebro,
a gruta do coração.
O eco das vozes inexistentes,
os neurônios agitados e esgotados.
Os olhares hipócritas
a vislumbrar com expectativa a queda.
Qual queda?
Onde está a queda?
Houve um mergulho?
Onde? Por quê ?
A doce loucura
que destina-se à libertação.
E liberto de que,
se um olhar persegue,
a zombar, a cicatriz d’alma?
E por que alguém haveria
de rir-se ante o sofrimento alheio?
Que estranha morbidez,
tão condenável
como efetivamente real.
Haveria, um dia,
uma possibilidade de luz?
Ou tudo seriam trevas.
A razão se faz cega
e pensando-se perdido,
visita a esperança.
Esta não precisa de olhos,
pois vê com o coração.