Refazer-se

Palavras repetidas com o mesmo mel de ontem:

doce mas, sem tanto amor.

E o mesmo velho rio corre ao mar, desesperadamente,

como alguém que canta uma canção que se esqueceu da penúltima estrofe.

O sol molha meu rosto e não enxuga as lágrimas.

Ufa!

Acordei dentro da vida,

sarada estão todas as feridas,

antigas como o tempo,

tolas como o vento que derruba as árvores,

mas não as replantam.

Deus bate à porta.

Minha casa está leve como a pluma das nuvens.

Sou o velho timoneiro de tão novo barco.

Meu leme é a esperança viva no hoje

E a emoção do que virá amanhã como diferente.

Há o amor, há a vida renascida, há uma nova mente!

Poema inédito

Paulino Vergetti

05/01/2020