Às vezes
Às vezes sou o próprio sal
E salgo as feridas mal curadas
Cicatrizando-as.
Às vezes sou o próprio sangue
E coagulo as palavras mal ditas
Silenciando-as.
Às vezes sou a própria chuva
E arrasto e limpo as energias ruins
Purificando-as
Às vezes sou a própria carne
E alimento os lares sem vida
Saciando-os.
Às vezes sou o próprio mel
E coloco palavras doces em bocas envenenadas
Curando-as.
Às vezes sou as próprias flores
E perfumo ambientes impróprios.
Colorindo-os.
Às vezes sou o próprio canto dos pássaros
E preencho os peitos arrependidos
Salvando-os.
Às vezes sou a própria sombra
E alivio as almas queimadas
Refrescando-as.
Às vezes sou a cura, o alívio, a esperança adormecida
E faço renascer a vontade pela vida
Reanimando-a.
Às vezes sou o outro de eu mesma
Às vezes sou o alguém do ninguém
Às vezes sou o tudo do nada
Às vezes sou o cheio do vazio
Às vezes sou o próprio furacão
E venho pra transformar a existência de quem já desistiu
Motivando-o.
Às vezes sou o próprio vento
E arrasto para o longe tudo aquilo que danifica
Varrendo-o.
Às vezes sou o próprio eu,
Dando o melhor de mim ao outro.
E assim o revivo.