AQUELE ADEUS

“Na partida de Mário Branco”

Hoje é o dia do teu adeus

Daquele adeus, qu´ adeus não é

Pois estarás sempre entre os teus,

Qual somos nós, caro José.

José Mário Branco, lutador

Mesmo ao jeito dos Macabeus,

De bons auspícios és merecedor:

Hoje é o dia do teu adeus.

Os teus passos de caminheiro,

As tuas canções de boa-fé

Merecem que sejas pioneiro

Daquele adeus, qu´ adeus não é.

A tua luta de liberdade

Levou teu País até aos céus,

És louvado à saciedade

Pois estarás sempre entre os teus.

Provaste que, para vencer

Há que lutar como quem crê,

De antes quebrar que torcer

Qual somos nós, caro José.

Mudam-se os tempos e as vontades

E, à sombra delas e de Camões,

Usaste as armas e as qualidades

Dentro do peito, com emoções.

Tangeste a lira, ó trovador,

Tal como quem tange um fuzil,

Do teu corpo, com paixão e amor,

Fizeste brotar um cravo d´Abril.

Tu vieste de longe, mas certo,

Abraçando com alma a missão

Teu exemplo deixa a descoberto

Uma luz e uma inquietação…

Em labirintos sem luz nem saída,

Marcha quieto o sonho do povo,

A sua alma não muda de vida

Porque não tem espírito novo.

Aquele adeus, ó Mário Branco,

Argonauta de nova viagem,

Levou-te pra longe com espanto

Ficando entre nós tua mensagem!

Frassino Machado

In OS FILHOS DA ESPERANÇA

FRASSINO MACHADO
Enviado por FRASSINO MACHADO em 20/11/2019
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