EU ME NEGO À MALDADE

Não vejo um palmo diante do meu nariz,

Porque a minha visão eu refiz.

Escureci para esse mundo que não quis

Desfazer-se da agonia

De fazer o mal todo dia.

Eu me nego à maldade,

Ao egoísmo ou à falsidade.

Me nego ao que me incomoda,

Mas que a tantos engorda:

Regozijar-se sobre quem

Vive sem um vintém;

Sobre quem é fraco de verdade

Porque é vítima da crueldade.

Eu enxergo distante.

Enxergo longe.

Enxergo grande.

Busco o amor que se esconde

No coração de quem

Só pensa em fazer o bem,

Sem mesmo olhar a quem.

Espero pela cumplicidade

De quem só quer a igualdade.

Acredito na bondade,

Na partilha e na irmandade.

Acredito nas almas boas

Que habitam em algumas pessoas.

Acredito no que duvido:

Que não haja amor entre os humanos

E que todos os homens são tiranos.

O mundo só é mau para quem se nega

A amar uns aos outros sem distinção

E sem fazer sobreposição.

O mundo pode o bem dividir,

Se cada um, que sabe de si,

Reconhecer que amando o outro

É que se pode ser feliz.

Nara Minervino
Enviado por Nara Minervino em 20/10/2019
Reeditado em 20/10/2019
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