BOLAS DE GUDE
Quero gravar
Todas as agonias.
Quero chorar
O pranto da saudade
E a tristeza dos momentos.
Quero ser os acordes
E um violino
E na fantasia
Jogar a tristeza fora.
Quero alçar meu vôo,
Cultuar a liberdade dos meus cantos,
Do meu pranto.
Quero que as lágrimas
Sejam bolas de gude,
E com elas sorrir e cantar,
Sem ter que chorar por dentro.
Quero fazer um brinde,
Enaltecer a verdade,
Sem ver que ela nunca existiu.
Mas,
Se tudo fosse verdadeiro,
O cometa perderia o espanto
E a alma,
Esgueirada em gargalhadas,
Rasgar-se-ia em bandeirolas
Para enfeitar a vida.