Tantos Poemas
Tantos poemas escrevi
Entretanto com lágrimas
Cada palavra... inúmeros apaguei
No entanto, há aqueles...
Que em um canto
Do meu recanto os guardei
Ou escondi...?
Os mais inquietos engaiolei!
Em alguns, com minhas penas me cobri
E me vesti de esperança
Em outros, rasgando palavras
Completamente me despi
E com a alma nua voei
Tentando te encontrar
Ou procurando não me achar
Sem os pés no chão
Uns te dediquei...
Já distando da razão
Em certos poemas
Versejei sentimentos errados
Em outros, dei-lhes asas
Tornaram-se alados
Seres indomáveis
Alguns são insanos
Impossíveis, improváveis
Em mim imantados
Por muitos... e muitos anos
Em diversos nos encontramos
No início e no meio
Das entrelinhas de mim
Em silêncio e no infinito
Das reticências sem fim...
Em um poema Deserto
Ou em um Oásis
Aquele... é tão bonito!
Em alguns, ficamos a sós
Em outros, nos perdemos de nós
Muitos poemas aqui vivi
Noutros de amor morri
Poucos sei de cor
Mas todos de coração
Alguns trazem meus sonhos
Com outros contudo se esvão
E tantos poemas de mim
Tais como este
Receio que assim...
Assine eu em vão...
Um abraço de mulher-pássaro
e um beijo poético em sua alma
(Este poema faz parte da minha coletânea
Asas de Mim, Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro.)