Cicatrizes
As cicatrizes em minh’alma me tornaram gente que sente.
Gente que vive e sente.
Gente diferente dos seres que se parecem apenas com gente.
Nego-me a ser surdo muro.
Como diria Drummond, os muros são surdos.
Nego a vitimização sem sentido.
Tudo precisa ter e deter sentido.
Refuto a inversão dos valores morais.
Luz nas trevas...
As trevas temem a luz.
A luz do bem, não raras vezes, ofusca.
A verdade indesejada precisa ser dita e ouvida, em que pese os ímpios a desejarem ofuscada.
A verdade é verdade em qualquer tempo. Jamais, subterfúgio.
Urge o bom combate.
O bem não se pode calar, sob pena de o mal triunfar.
A lei cósmica universal implica o inexorável progresso.
Ante o acusador sem mérito, o silêncio é a boa resposta.
É desnecessária a defesa se imperceptível acusação – aprendi com o poeta.
A verdade é como o sol ao raiar do dia...
Resplandecerá.
Portanto, é preciso ser forte diante da vida e dos jogos utópicos de idas e vindas.
Tendo o coração para ver, ouvir e entender estrelas, a presença, certamente, fará a diferença!
Essa intromissão é desejada e desejável!!!
Lições são sempre aprendidas em quaisquer situações.
Silenciar traz respostas.
Não raro, a indiferença pode ser a diferença.
Cicatrizes existem e me fazem sobrevivente – dos outros e de mim mesma.
Sinalizam feridas ou chagas curadas.
Vestígios que deixam as folhas e ramos articulados ao caírem da árvore da vida...