Vultos...
 
De soslaio, aprecio aqueles pequenos e suntuosos botões
Uma transbordante mescla de voluptuosas cores matizes
Meninos aglomerados, deitados debaixo das frias marquises
Perdidos na negritude sombria, solitários em meio das multidões.

Fugas vazias e irreais que obscurecem, são atrozes e violentas
Confusas melancolias nos belos rostos, com a falta de alegrias
Flores precoces arrancadas de seus jardins, sem mais nenhuma fantasia
Repousam num vazio itinerante e murchando nas sombras purulentas.

Mergulho na impotência das atitudes familiares inoperantes
Desprovidas das sensibilidades fraternas com os fecundos embriões
Que vagam na busca de um colo aconchegante, sem os ruidosos padrões
Benevolente a criação, onde brotam sementes jogadas nos muros petrificantes.

Vultos de carne e sangue que perambulam famintos e a esmo
Destinos traçados, se permearem desprovidos dos odores das perfumadas flores
Amorfos, perder-se-ão nas encruzilhas inacessíveis, apagadas e sem cores
Nas vidas as metamorfoses... As borboletas sobrevivem em seus fechados casulos, intrépidas e silenciosamente elas vão, assim mesmo.


 
Produção: Miriam Carmignan