NO MEU INTIMO

Quantos momentos de sonhos e lembranças

Um ser humano consegue passar a viver

Quantas desilusões e risos de felicidades

Que tenho que demonstrar sobre o meu ser.

A vida é sempre assim: cheio de altos e baixos

E temos que passar, que tolerar.

Hoje estou aqui pensando, escutando e refletindo

Sobre o que passou e o que esta passando. Relembrar.

Parece mentira o que aconteceu mas, está marcado.

Não dá para se esconder. A verdade é crua e cega.

Aconteceu mas, no peito, ficou uma magoa, um remorso.

Pois a dor que ficou e quem sentiu nunca se nega.

Talvez seja isto o que agora estou sentindo. Desabafos.

Que somente neste pedaço de papel e esta caneta sabe.

O que tudo estou passando e, que futuramente,

Estes tormentos nestes arabescos se acabem.

Apesar da alegria estampada no rosto.

Sou um tristonho e um romântico que ama.

Um ser humano sensível que precisa do apoio.

Do apoio moral mas também espiritual – uma chama.

De esperança para que este sonho se realize:

O de ser feliz.

Procuro ser um pouco de tudo.

Amo a aquela que está e vive ao meu lado

Mas me falta algo que não consigo decifrar

Algo que não consigo entender ou encontrar

Procuro as respostas dos meus sentimentos

Nas vagas perguntas que pretendo concretizar.

Mas não consigo. Algo me bloqueia e me perturba

Deixa-me aflito sem uma ação monetâneo

Estranho, pois nunca senti tal sensação

Dá a vontade de sumir e esquecer de tudo e de todos

Mas em compensação algo me prende

Algo me diz: fique e lute.

O difícil é lutar contra si mesmo

Enquanto isto o tempo vai deixando marcas

Das respostas vagas e os sonhos perdidos.

No subconsciente ficam para que um dia

Se torne a repetir novamente e, talvez até lá,

Eu acho as respostas incompletas

Que tanto me deixou preocupado.

E na lápide ficou assim escrita:

‘Aqui jaz um poeta que amou e foi amado’...

(1990)