A ESPERANÇA
Andaram reclamando que minhas poesias estão tristes.
Verdade seja dita: é o momento, mas vai passar.
Ao contemplar a natureza, o sol subindo no horizonte,
Os beija-flores, os canários e até sanhaços,
Tiritando e se enroscando uns aos outros
Na disputa por uma bicada de água doce
Meus pensamentos vagueiam distantes
Talvez se pergunte por quê essa mudança no humor?
Por quê esse astral alegre, criançola e descontraído?
A conversa franca, a sinceridade, a mente aberta
A certeza do pensamento, o objetivo de vida, a fé
A robustez do querer, a franqueza exposta no olhar
Quando isso tudo se junta, em um momento agradável,
Não há tristeza, não há nada, que não se torne esvaído!
Aí retornam os pensamentos alegres e bons
Aí afluem as lembranças dos momentos lindos
Os momentos de afeto e comunhão total,
Os momentos que tudo foi cem por cento
Os momentos de arraso, de Brasil e Alemanha,
Dos beija-flores e dos quero-queros do tererezeiro
E a certeza que isso se tornará findo!
Restam a esperança dos reflorescimentos
das novas vidas brotadas em seus baixios
Das relvas tenras dos leitos de rios vazios
Revigorando a vida em alegres madrigais
Efeito das enchentes medonhas e temporais
Faz-me esquecer: O Brasil e Alemanha
Para alegria de lembrar as belezas dos Pantanais.