## LEVANTES ##

Coração partido, confesso,

ver-te imóvel observar a janela,

seguindo a luz, última súplica.

Que fossem raízes num jardim,

não a dor ao colchão enraizada

em dias trancada, fome de brisa.

Armadura de aço com vista para o mar.

Existes, e por existires imponha luta!

Não definhes em pesadelos que se arrobustam.

Levantes, reajas, imponhas ordem!

Nada se abate sem que se autorize,

não largues vida à própria sorte.

Bem sei dos fantasmas e medos,

das tristezas e segredos

do bélico mundo interior.

Lança-te ao vendaval firme e segura,

agarra-te aos troncos e galhos de toda sorte,

mas não ter ofertes sem lutas à morte.

(Taciana Valença)

TACIANA VALENÇA
Enviado por TACIANA VALENÇA em 21/06/2019
Código do texto: T6677886
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