Aurora
O mundo está se descortinando
E a paisagem está meio distorcida
Vemos amor em alguns cantos
Vemos sangrar de novo velhas feridas
Onde estava toda essa amargura?
A quem assombrava todo esse horror?
Sabemos que depende da nossa bravura
Trazer de volta os sonhos e a cor
As cortinas cerradas no palco do ódio
A história sendo recontada a Deus dará
Com fatos encobertos, disfarçando o ópio
Anestesiando a evolução a cavalgar
Que possamos conservar a ternura
E sejamos capazes de vencer o torpor
Pois faz parte dessa nova aventura
[a existência, às vezes, dança com a loucura]
Transformar em lições as marcas da dor.