Resgate
De novo, o barco quase emborcado, o pedido urgente de socorro.
De novo, a pressa, a angústia, a corrida desabalada para estender a mão...
Deu tempo.
De novo o amor derramado nos gestos e olhares que traduzem os laços.
A humanidade escancarada na dor conjunta,
nas lágrimas se confundindo entre os abraços e carinhos
para acolher a fragilidade e bordar com critério a fortaleza.
Delicado resgate, que se desenha nos planos de futuro.
Ainda inseguros passos no aprendizado
da proteção das emoções sentidas à flor da pele.
Mas para a frente, de cabeça erguida.
Construção de fé que se faz aos poucos, entre sorrisos e cumplicidade.
Deu tempo.
De novo.
O coração descompassadamente espera
o resgate completo da integridade dessa sensível alma,
que corajosamente, luta.