AS SIRENES DA FÁBRICA

Apenas sigo comigo, prossigo ...

As sirenes da fábrica já não chamam mais

E o tempo demoliu as construções de outrora.

Apenas sigo, busco, persigo,

As sirenes da fábrica que chamavam demais

E o tempo cobriu de limo os portais da aurora.

Paisagem árida, mas válida.

O corpo já não corresponde.

Há esperança, não bonde:

Viver, ainde que esfrie, é vida cálida.

Nunca fui do tipo que se lamuria.

Espinhos perfuram ... Arranco

Espinhos e rosas, faço noite dia

Num retrato em preto e branco.

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 18/05/2019
Código do texto: T6650022
Classificação de conteúdo: seguro