Esperançoso Cansaço
Eu deveria ter agora mil coisas pra escrever, mas meus dias tem sido esgotados. Meu corpo pede luto. Não que a vivência tenha me derrotado, nem que a morte tenha a mim chegado. Ele pede luto àquele que passou. Novos tons de preto arroxeado tem minhas olheiras, ainda que elas sejam companheiras desde os 12. Meu coração já não bate mais por isso, mas sim por aquilo e aquele outro. Criaram-se novas expectativas, meu templo me alarma. Os sonhos tem de ser seguidos. A alma tem de ser satisfeita.
Ela está faminta. As olheiras só me afirmam aquilo que nunca esqueci: tudo tem de ser colocado pra fora. E ela está inquieta, como se fosse desaparecer no vácuo se não agisse rápido.
E vai.
Mas no fundo eu sei que não adianta agir na pressa.
Algo em mim me pede pra passar a madrugada com qualidade, mas meu corpo pensa que qualidade tem um significado diferente.
Meu corpo me pede: tenha paciência. E eu respondo, como ser vivente desse universo interno...
"O dia em que a paciência não for imensa o bastante pra ocupar o espaço do que meus olhos podem ver, minha alma anseiará, eternamente, pela inquietude do que meu espírito pode alcançar."