RECOMEÇO
Folhas secas ornamentam o pavimento,
Traduzem um outono cinzento.
Rumor do vento, parece ir para o mar,
Nuvens escondem a luz solar.
Mas, não escondem no, entanto,
A dor refletida no lento pranto.
Sente uma tristeza de tudo, de nada,
Reflexos de uma alma desencantada.
Tal como as folhas se imagina,
Dependente do vento para a sina.
Desenredo, medo expandido,
Rascunho de vida, amor perdido.
Retalha esse instante sem transparência,
Essa pausa que se apossou com veemência.
...
Por entre as nuvens o sol tímido surge,
Das entranhas, uma fagulha de esperança urge.
E ela tece sonhos... no seu panorama avesso,
Não sabe como, mas, vislumbra um recomeço.