AMOR ETERNO
Sentada debaixo da árvore
A beira mar
A face enrugada
Denuncia a sua idade
Noventa anos.
Desde aquele dia
Que seu amado partiu
Naquele navio
Indo para a guerra
Ela ainda o espera
Todos os dias
Na mesma esperança
De o ver chegar.
Na árvore cravado
Com ponta de faca
A imagem de dois corações
Símbolo de um grande amor
Que um dia se desfez
Contra a vontade
Dos dois amantes.
Ele soldado
Foi convocado
Pra lutar numa guerra
Longe de sua terra
E de sua amada.
Com juras eternas
Um dia há de voltar
Quando ela se for
Para o outro lado

Os dois de mãos dadas
Lá no paraíso
Viverão em sorriso
Esse amor eterno.
JOEL MARINHO