Atenta e forte
Em um mundo
Onde muito se fala em sororidade
E não se dá as mãos
O suficiente
Saímos perdendo.
É difícil.
É gradual.
É cultural.
Mas, é urgente.
É para agora.
É para ser possível.
Não existe espaço só para explicar.
Acredito que muito já se explica
Ainda que não o bastante, especificamente,
Como se deveria.
As mulheres somos nós.
O feminino incomoda a fragilidade - bem alto.
Assédio, silêncio, julgamento.
Eu sei e a outra sabe também.
Eu estendo a minha mão.
Alcanço o seu pensamento.
Faço questão de ouvir sua voz.
Nunca estaremos sós.
Dou meu abraço e acalento.
Ou apenas escuto seu sofrimento.
Nunca estivemos tão fortes.
Isso é só o começo.
Não quero pertencer
A toda essa opressão que nos impuseram.
Quero estar fora do eixo e escutar
O que várias não disseram - por medo.
Aqui não tem competição.
Quero tanto o seu bem como o meu próprio.
“Lutar para sobreviver” não pode mais ser.
Sou humana, mulher como você - direito.
Conte comigo.