Ode

Ainda que as sombras do desconhecido me rodeiem

E que eu não veja a ascensão da luz no horizonte

Ensurdecida pelo vozerio descontente

Cujas mãos inertes matam e estupidos consomem,

Terei esperança.

Embora os mares se revoltem na superfície,

Mas, escondam no profundo oceano

A loucura dos insensatos e a ânsia dos vagantes insones

Atarei à minh'alma um fio de lucidez

E terei esperança.

E quando o acordar for um fardo

Cujo peso dobra a cerviz

Manterei os pés no chão e os olhos no firmamento

Não me permitirei sucumbir ao tormento

Terei esperança

No fim das coisas tantas

Depois do choro e do muito lavor

Verei que cresci, fui da semente ao amadurecimento

Tentarei fazer as contas, o saldo será positivo

A esperança terá valido

Partirei sem arrependimentos.

Rose Paz
Enviado por Rose Paz em 17/03/2019
Reeditado em 17/03/2019
Código do texto: T6599912
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