Ode
Ainda que as sombras do desconhecido me rodeiem
E que eu não veja a ascensão da luz no horizonte
Ensurdecida pelo vozerio descontente
Cujas mãos inertes matam e estupidos consomem,
Terei esperança.
Embora os mares se revoltem na superfície,
Mas, escondam no profundo oceano
A loucura dos insensatos e a ânsia dos vagantes insones
Atarei à minh'alma um fio de lucidez
E terei esperança.
E quando o acordar for um fardo
Cujo peso dobra a cerviz
Manterei os pés no chão e os olhos no firmamento
Não me permitirei sucumbir ao tormento
Terei esperança
No fim das coisas tantas
Depois do choro e do muito lavor
Verei que cresci, fui da semente ao amadurecimento
Tentarei fazer as contas, o saldo será positivo
A esperança terá valido
Partirei sem arrependimentos.