SUSPIRO DE UMA RÃ

O príncipe sem cavalo branco,

Aquele que mostrou que era sapo.

Enfeitiçou pelo caminho a dama que virou rã.

O amor cresceu naquele lago.

Vieram as chuvas e o levaram

Solitária a rã coachava na negritude da noite.

Cantava seu cântico de amor.

Esperançosa aguardava paciente

que seu príncipe a ouvisse.

Cantou, cantou, cansou, entendeu!

O sapo nunca fora seu!

Mesmo quando só, preferiu outros lagos.

Jamais buscou retornar em busca da rã que enfeitiçou.

E a rã agora não canta, aquietou-se.

Não suspira, congelou!

Águas gélidas a calaram!

E o feitiço que nela habita, chama de amor!