BORBOLETAS
BORBOLETAS
Eu vejo neste céu um ponto colorido,
Uma fada distraída, alem da ilusão;
Talvez na busca incerta de uma brida inibida,
Que a leve mansamente na Alba imensidão.
Num vôo desconexo lá vai o frágil ser,
Buscando um momento de luz e de calor;
Em busca de um jardim, florido onde viver,
A onde a eternidade alguns chamam de flor.
Seu vôo é complexo, parece até criança,
Brincando de futuro, sorrindo com o destino;
Eu vejo, e vejo bem, na paz que o amor alcança,
As lindas borboletas, no riso do menino.
Também eu sou menino, e quero borboletas,
Voando em minha mente, talvez em minha alma;
E esta amor que tenho, esta ânsia violenta,
Singelas violetas, na paz que aqui alcança.
J.L.BORGES