O rio do sonho
Em suas águas calmas,
O sonho e o desejo se confundem.
Dentro deste barco, deixo apenas a alma,
Quando resto já afundou.
Na sua correnteza,
Desesperos, alegrias, e prazeres
[escapam-te da certeza]
Quando cessar de ti o anseio
Tua força sempre nos contornará.
Por entre suas marolas,
As mentes mais frágeis se embolam,
Os corações mais frios ignoram,
As forças pluviais deste altar.
Está na hora de apear-me da viagem,
Da terra já não se escuta minhas lamúrias.
Peço para o grande rio do sonho:
-- leve-me a lugar mais solene?
Pará de lá poder gritar.