PEDRO DE ALCÂNTARA VOLTOU... (DOM PEDRO II) *
MEU BRASIL
Longe do meu Brasil, triste e saudoso,
Bastas vezes sentia, mal desperto,
Com o coração pulsando, estar já perto
Do pátrio lar risonho e bonançoso.
E deplorava o rumo escuro e incerto,
Do meu desterro amargo e desditoso,
Desalentado e fraco sem repouso,
O coração em úlceras aberto.
Enviava, a chorar, na aura fagueira,
Minhas recordações em terna prece
Ao torrão que adorava a vida inteira;
Até que acerba do, enfim, pudesse
Arrebatar-me à vida verdadeira.
Onde a luz da verdade resplandece.
NO EXÍLIO
Pode o céu de desterro ser tão belo,
Quando o céu do país em que nascemos;
Nada o faz com que o nosso desprezemos,
Acalentando o sonho de revê-lo.
Todo o nosso ideal pomos no anelo
De regressar, e voando sobre extremos,
Com o pensamento ansioso percorremos
Nosso amado rincão, lindo ou singelo.
Luz do desterro a plaga da amargura,
De acerba pena ao pobre penitente,
De amaro pranto da alma torturada;
A alegria no exílio é desventura,
É saudade na ância mais pungente
De retornar à pátria idolatrada.
PEDRO DE ALCÂNTARA VOLTOU... (dom Pedro II)*
“O último imperador deixou alguns sonetos, que, bem o sabemos, há quem diga não serem de sua lavra. Ignoramos por que D. Pedro II, alma boníssima, vibrátil, e espírito culto, não pudesse fazer o que fizeram e fazem tantos outros patrícios nossos, a ponto de ser corrente o conceito de que todo brasileiro é poeta aos vinte anos. De qualquer forma, entretanto, o que não poderá negar é a estreita afinidade destes sonetos com os que, D. Pedro, conhecemos.” Federação Espírita Brasileira.
Palavras nossas.
No memorável livro Parnaso de Além – Túmulo, primeira obra de Francisco Cândido Xavier, publicada em 1932. Não deixa de ser uma prova inconteste da veracidade da mediunidade, isto é, a “volta” dos que “morreram”, retornarem entre nós, através da sintonia mediúnica...
Deste autor, Dom Pedro II, tem neste livro um total de nove poesias. Último Imperador do Brasil, que comandou o país numa monarquia – parlamentarista apesar das limitações da época, muito foi feito, como por exemplo, 15 km de ferrovias... O Sistema Republicano começou, sem adesão popular; modalidade de governo completará este 129 anos, de avanços e retrocessos...
Alma lúcida, provavelmente teria aceitado “mudanças” de governabilidade, porém, o personalismo doentio de alguns falou mais alto, e, de modo arbitrário, após o golpe, deram três dias para que a família real se “afastar” do Brasil, num exílio arbitrário, como se fossem pessoas “indesejáveis”, que atrapalhariam os novos “gestores”...
Finalmente, que nestes dias “nublados” e tumultuosos, que a Pátria do Cruzeiro encontre o seu norte, pois é uma população de mais 200 mil almas, carente de esperanças em dias melhores...
Viveu tão somente dois anos no exílio.
Nasceu em 2 de dezembro de 1825, faleceu em 5 de dezembro de 1891, aos 66 anos, em Paris, França.
O seu reinado foi de 7 de abril de 1831 a 15 de novembro de 1889. Wikipédia.
Curitiba, 30 de janeiro de 2018 – Reflexões do Cotidiano – Saul
BRASIL *
Sopra o vento do Ódio e da Vingança,
Aniquilando a Paz do mundo inteiro,
Embora o Amor Divino do Cordeiro
Seja a fonte da Bem-aventurança.
Mas a terra ditosa da Esperança
Vive nas claridades do Cruzeiro,
Onde o Evangelho é Doce Mensageiro
Das bênçãos da Verdade e Bonança.
Meu Brasil, guarda a luz dessa vitória.
Que é o mais belo florão de sua glória
Nos caminhos da espiritualidade.
Ama a Deus. Faze o bem. Todo problema
Está na compreensão clara e suprema
Do Trabalho, do Amor e da Verdade.
*Hoje quase um ano depois, resolvemos colocar no Recanto mais uma poesia, de Dom Pedro II; quem sabe “ele” voltou através do novo Presidente Bolsonaro... Por que não?! Hoje é 12 de janeiro de 2019... Saul
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