MEDO
Tive medo de perdê-lo
Quando a luz do dia baixava
E o negrume me alcançava
Deturpando os pensamentos.
Tive medo do absurdo
Que real, movia fundo
Invadindo nossa vida
Em frangalhos se tornando;
Quem me dera ter coragem,
Ousadia frente ao medo,
Meus segredos revelasse
Que a esperança em mim permeia.
Ele não sabe meu futuro
Desconhece meu passado
Quantas vezes rosto escuro
Enfrentava em meu caminho.
Me falava não dar certo,
Me dizia estar errada,
Me arrastava do caminho
Que meu destino mostrava.
Medo bobo, medo alheio
medo sério, desatento,
Mais que medo, cortinados
frente a vida, bem fechados.
Sempre existe, tá lá dentro
Enquato falo, enquato aguento.
Desvencilho, dele fujo
Dele saio e dele apanho.
Mas sou eu feita de medo,
Sou apenas sentimento?
Ele diz que sim, eu saio
Corajosa sou eu mesma
Dominando a fria dor
Pela fé no meu amor.