A Garça
E ela andava na praia
Admirando o mar azul e a beleza das cores ao entardecer
Sentindo o vento nos seus cabelos nada podia estremecer
Um filme pelos seus olhos atraia
No vai e vem de seus pensamentos tortos
A imensidão do azul não tem fim
Apenas seus pedidos de conforto
Mantendo na pele seu cheiro de jasmim.
Ficava a observar uma garça
Qual bela se parecia
Com elegância e muita graça
Parada com os pés sob as ondas,
enquanto por peixes se entorpecia
Então, a posição era para voar
A moça bonita, mas com o ar triste
Se pôs a sonhar
Para onde vai aquele pássaro
Livre, cantante... ah, como queria adivinhar.
Será que vai para areias brancas
Ou será que vai para alguma ilha deserta
Alguma paisagem da minha lembrança,
mas que jamais foi descoberta
Oh, desejo de voar com ela
Deixava a angustia no peito
Por ter que largar esses pensamentos
E ter que acolher a sombra do realismo suspeito.
Alicerçada ali está
Sem chances, de enfatizar sua estima
Pois em um lance a garça começou a voar
Apenas com uma distancia mínima
E o céu junto com o mar a abençoar
Abençoar a menina levada
Que um dia fora princesa
Hoje virou plebéia e é cobrada
E não possui mais direito a autodefesa.