A Garça

E ela andava na praia

Admirando o mar azul e a beleza das cores ao entardecer

Sentindo o vento nos seus cabelos nada podia estremecer

Um filme pelos seus olhos atraia

No vai e vem de seus pensamentos tortos

A imensidão do azul não tem fim

Apenas seus pedidos de conforto

Mantendo na pele seu cheiro de jasmim.

Ficava a observar uma garça

Qual bela se parecia

Com elegância e muita graça

Parada com os pés sob as ondas,

enquanto por peixes se entorpecia

Então, a posição era para voar

A moça bonita, mas com o ar triste

Se pôs a sonhar

Para onde vai aquele pássaro

Livre, cantante... ah, como queria adivinhar.

Será que vai para areias brancas

Ou será que vai para alguma ilha deserta

Alguma paisagem da minha lembrança,

mas que jamais foi descoberta

Oh, desejo de voar com ela

Deixava a angustia no peito

Por ter que largar esses pensamentos

E ter que acolher a sombra do realismo suspeito.

Alicerçada ali está

Sem chances, de enfatizar sua estima

Pois em um lance a garça começou a voar

Apenas com uma distancia mínima

E o céu junto com o mar a abençoar

Abençoar a menina levada

Que um dia fora princesa

Hoje virou plebéia e é cobrada

E não possui mais direito a autodefesa.

SILVIA F SOUSA
Enviado por SILVIA F SOUSA em 14/12/2018
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