VOA ALI
Busquei o que era o correto,
sem, no entanto, saber o que é certo.
Comecei um caminho sem saber se queria chegar.
Acorrentei-me em busca de prestígio
prostitui meus pensamentos em busca de sintonia.
Agora, morro aos poucos buscando algo que não sei se encontrarei.
Então, alguns dirão: desacorrente-se, voa ali, vê o mar.
Mas penso que não consigo.
Sinto-me preso.
Pássaro preso não voa,
vive isolado vendo os dias passar.
Vou ali ver o mar,
Em busca de refúgio, em busca de paz.
Vou buscar meu “Eu” nas ondas,
Reconstruir meu ego na areia.
Vou ali ver o mar,
onde as marés são pensamentos
que me arrastam pela imensidão da minha psiquê.
Onde encontro-me pequeno esperando resgate.
Vou ali, onde os dias são muito curtos para vivê-los em busca de migalhas,
coletarei os grãos do dia e viverei plantando o amanhã.
Até que, algum dia, quem sabe o mar trará de volta o que nunca encontrei.