Resto de Esperança
Surge no limiar da distância que separa o sol e a lua
Um fio de luminosidade que rastreia o horizonte
Um foco de esperança insistente em meu caminho
Uma trilha que em minha incansável persistência busco
Na sangrenta batalha entre a razão e o amor
Em que dois seres saem tristes, abatidos, feridos e combalidos
Imploram, vencidos, pelo restabelecimento do amor
Que sucumbe ante o adverso sofrimento injusto
Retirar forças do infinito além do horizonte onde existe o nada
Buscar forças das profundezas de um oceano
Revirar as entranhas buscando explicar o inexplicável
Fazer voltar o tempo atropelando a própria natureza
Revolver juramentos e declarações de amor eterno
É como entender a mente humana capaz de causar tanta dor
Capaz de ignorar os instintos naturais que ecoam do coração
Destruindo e esmagando um grande amor de rara beleza
Dois corações partidos, sangrando ao relento da noite
Duas vidas despedaçadas e sem forças para lutar
Ante um poderoso inimigo defeso pela armadura da razão
O que nasceu singelo e puro numa tarde ensolarada
Entre beija-flores, pardais e quero-queros cantarolando
Tomba tal qual um heroico soldado vencido pela guerra
Não morto, reluta a observar as imagens da Lua
Ora sorridente ora obscura, que ficaram registradas