Resto de Esperança

Surge no limiar da distância que separa o sol e a lua

Um fio de luminosidade que rastreia o horizonte

Um foco de esperança insistente em meu caminho

Uma trilha que em minha incansável persistência busco

Na sangrenta batalha entre a razão e o amor

Em que dois seres saem tristes, abatidos, feridos e combalidos

Imploram, vencidos, pelo restabelecimento do amor

Que sucumbe ante o adverso sofrimento injusto

Retirar forças do infinito além do horizonte onde existe o nada

Buscar forças das profundezas de um oceano

Revirar as entranhas buscando explicar o inexplicável

Fazer voltar o tempo atropelando a própria natureza

Revolver juramentos e declarações de amor eterno

É como entender a mente humana capaz de causar tanta dor

Capaz de ignorar os instintos naturais que ecoam do coração

Destruindo e esmagando um grande amor de rara beleza

Dois corações partidos, sangrando ao relento da noite

Duas vidas despedaçadas e sem forças para lutar

Ante um poderoso inimigo defeso pela armadura da razão

O que nasceu singelo e puro numa tarde ensolarada

Entre beija-flores, pardais e quero-queros cantarolando

Tomba tal qual um heroico soldado vencido pela guerra

Não morto, reluta a observar as imagens da Lua

Ora sorridente ora obscura, que ficaram registradas

Érico Mendonça
Enviado por Érico Mendonça em 20/11/2018
Reeditado em 20/11/2018
Código do texto: T6506872
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