O MUNDO AGORA
A VIDA AGORA
Hoje não é um dia bom para se morrer. Hoje certamente não pode ser um bom dia para se morrer!
Porque tenho o vinho e ele se mostra excelente e desce pela garganta, como um tropel de crianças correndo em direção ao um parque novo totalmente insubordinados, tocados pelo Deus da infância. O vinho explode sabores intraduzíveis e delirantes à alma. Também porque no céu, a lua é imensa e seduz o espirito da vida de fascinação e penso que enche os corações sombrios do mundo de uma estúpida esperança.
Não, definitivamente, hoje não é um bom dia para se morrer, porque o fogo está aceso e o aço rude corta a carne macia, chiando no calor da brasa, despertando o desejo mais primitivo do homem, revigorando o corpo a cada naco que vai a boca.
Hoje digo não a morte, porque agora o fantasma da dor, se arreda quieto na coxilha do esquecimento com receio de se achegar, porque o terreno lhe é estranho!
Hoje, nenhum ser deve morrer, porque os pensamentos se acalmam, nos dobres do vento que lambe as campinas e os pássaros noturnos, cantam, seu cantar distante, mas capaz de quebrar o silencio e povoar a noite de vida na amplidão dicotômica da escuro.
Na verdade, hoje ninguém morrerá, ninguém que eu ame e que eu conheça, porque resolvi celebrar a vida, neste canto do mundo, onde uma só pessoa é múltipla e completa, quando se veste de sonhos e porque meu coração, de repente, reinventado pelas mãos do amor que ora renasce, rejuvenesce-se e põe força na imaginação e se põe a pular no peito como um potro selvagem, tocado pelo espírito da chuva,