Pedido ao dia de hoje.

Eu peço ao dia de hoje

Que ele esteja vivo

E seja livre como o pássaro

Que fugiu quando eu abri a porta

E que se a vida pudesse

Ser ao menos boa

e deliberadamente linda

Qual canto do grilo

Cantando pra Lua

Antes que finde a madrugada

E que a Lua empalideça

Grilada dos pés à cabeça

Carente daquela beleza

Que mata a gente de saudade

Mas que à luz da verdade

O morrer por saudade

Nâo seja morte que vem à toa

E quando a chuva cair

Ela jamais impeça

Que a gente peça ao dia

A presença

do pássaro que voa

Nem das flores

Que a chuva planta

Na beira das estradas

Que se percorre

durante o correr da vida

E se a vida puder ser assim

Não peço ao dia mais nada.

Edson Ricardo Paiva.